Deficiência Intelectual (Retardo Mental) parte 2


DEFICIÊNCIA INTELECTUAL( retardo mental)

Como foi a publicação que teve mais visualização no meu blog, resolvi colocar mais informações sobre o tema.

Pra não esquecer: A deficiência intelectual não é uma doença ou transtorno psiquiátrico, e sim, o prejuízo das funções cognitivas causadas por fatores que prejudicam o desenvolvimento do cérebro e acomete o indivíduo em grau leve, moderado, grave e profundo..

As principais características da deficiência intelectual são:

  • Área motora: dificuldades com a motricidade fina e coordenação global;
  • Área cognitiva: aprendizagem de conceitos abstratos, em focar a atenção, na memorização, na resolução de problemas, na generalização e no ritmo de trabalho que é lento;
  • Área da comunicação: dificuldades na linguagem expressiva;
  • Área sócioeducacional: discrepância entre a idade mental e cronológica.

Para trabalhar com alunos com deficiência intelectual devemos focar o nosso trabalho em:

Focar a nossa atenção dando prioridade a poucos objetivos de cada vez;

Sempre partir de contextos reais;

Criar situações de aprendizagens produtivas e significativas onde os alunos podem transferir a aprendizagem da escola para o contexto familiar e o cotidiano (se trabalhar o sistema monetário incentivar a família a aplicar o uso em compras simples supervisionadas pela família);

Dividir as tarefas em partes pequenas e ir aumentado as dificuldades gradativamente sempre que o aluno já tiver vencido a etapa anterior;

Motivar e elogiar sempre todos os esforços do aluno pois isto aumenta a autoestima e leva o aluno a ter um autoconceito positivo;

Se preocupar com um currículo funcional e não só com os conteúdos acadêmicos. Este currículo deve dar ênfase a independência e qualidade de vida;

Ensinar o aluno a escrever seu nome, saber ler seu endereço e número de telefone, identificar sinais de trânsito, pontos de ônibus, fazer compras, dar e receber troco, compreender o valor do sistema monetário, a utilizar transporte público e se comunicar e se fazer entender;

Basear seu trabalho em diferentes tipos de linguagem como música, artes, expressões corporais, vídeos, teatro, construção de maquetes e todas as ferramentas que possam alavancar o processo de aprendizagem, registrando sempre os progressos do aluno;.

Na área afetiva, ajude o aluno a se tornar independente e capaz de tomar iniciativas próprias ajudando-o a atingir a autonomia e a tomar a iniciativa. Ele também devem aprender os sentimentos dos outros e expressar os seus mantendo ele motivado mas cumprindo com as suas obrigações a partir do momento em que respeita os limites e regras estabelecidos;

Na área social, ajude-o a efetivar a usa interação social através do exercício dos conceitos de cooperação, respeito e solidariedade. Conduto, construa regras e promova atividades compatíveis ao estágio de desenvolvimento dos alunos;

Na área psicomotora, promova atividades que os ajude a coordenar os movimento motores grossos e finos;

Na área cognitiva, tenha um ambiente rico em estímulos mas sem uma sobrecarga auditiva e visual.

Lei nacional de Inclusão Social

LDB - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades;

II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

OBERVAÇÃO:

Vale salientar no que diz respeito a deficiência na lei, se refere a deficiência física e mental. Psicopedagogos devem orientar os pais, gestores e coordenadores em relação a adaptação do currículo, avaliação e terminalidade que deve ser diferenciada. .Essas crianças devem ser atendidas nas salas de recurso( A.E.E.) e Psicopedagogo caso a escola tenha esse profissional.

Principais alterações no diagnóstico da Deficiência intelectual segundo o DSM 5:

Avaliação do funcionamento adaptativo em três domínios:

Conceituais, sociais e práticos. Veja as informações abaixo e fique por dentro das características de cada nível.

Deficiência Intelectual (Transtorno do Desenvolvimento Intelectual)

 Critérios Diagnósticos Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) é um transtorno com início no período do desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceituai, social e prático. Os três critérios a seguir devem ser preenchidos:

 A. Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência confirmados tanto pela avaliação clínica quanto por testes de inteligência padronizados e individualizados.

 B. Déficits em funções adaptativas que resultam em fracasso para atingir padrões de desenvolvimento e socioculturais em relação a independência pessoal e responsabilidade social. Sem apoio continuado, os déficits de adaptação limitam o funcionamento em uma ou mais atividades diárias, como comunicação, participação social e vida independente, e em múltiplos ambientes, como em casa, na escola, no local de trabalho e na comunidade.

 C. Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do desenvolvimento. Nota: O termo diagnóstico deficiência intelectual equivale ao diagnóstico da CID-11 de transtornos do desenvolvimento intelectual. Embora o termo deficiência intelectual seja utilizado em todo este Manual, ambos os termos são empregados no título para esclarecer as relações com outros sistemas de classificação. Além disso, uma Lei Federal dos Estados Unidos (Public Law 111-256, Rosa’s Law) substitui o termo retardo mental por deficiência mental, e periódicos de pesquisa usam deficiência intelectual. Assim, deficiência intelectual é o termo de uso comum por médicos, educadores e outros, além de pelo público leigo e grupos de defesa dos direitos. Especificar a gravidade atual (ver Tabela 1): 317 (F70) Leve 318.0 (F71) Moderada 318.1 (F72) Grave 318.2 (F73) Profunda Especificadores Os vários níveis de gravidade são definidos com base no funcionamento adaptativo, e não em escores de QI, uma vez que é o funcionamento adaptativo que determina o nível de apoio necessário. Além disso, medidas de QI são menos válidas na extremidade mais inferior da variação desse coeficiente.

Níveis de gravidade para deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) Nível de gravidade Domínio conceitual, Domínio social, Domínio prático Leve Em crianças pré-escolares, pode não haver diferenças conceituais óbvias. Para crianças em idade escolar e adultos, existem dificuldades em aprender habilidades acadêmicas que envolvam leitura, escrita, matemática, tempo ou dinheiro, sendo necessário apoio em uma ou mais áreas para o alcance das expectativas associadas à idade. Nos adultos, pensamento abstrato, função executiva (i.e., planejamento, estabelecimento de estratégias, fixação de prioridades e flexibilidade cognitiva) e memória de curto prazo, bem como uso funcional de habilidades acadêmicas (p. ex., leitura, controle do dinheiro), estão prejudicados. Há uma abordagem um tanto concreta a problemas e soluções em comparação com indivíduos na mesma faixa etária. Comparado aos indivíduos na mesma faixa etária com desenvolvimento típico, o indivíduo mostra-se imaturo nas relações sociais. Por exemplo, pode haver dificuldade em perceber, com precisão, pistas sociais dos pares. Comunicação, conversação e linguagem são mais concretas e imaturas do que o esperado para a idade. Podem existir dificuldades de regulação da emoção e do comportamento de uma forma adequada à idade; tais dificuldades são percebidas pelos pares em situações sociais. Há compreensão limitada do risco em situações sociais; o julgamento social é imaturo para a idade, e a pessoa corre o risco de ser manipulada pelos outros (credulidade). O indivíduo pode funcionar de acordo com a idade nos cuidados pessoais. Precisa de algum apoio nas tarefas complexas da vida diária na comparação com os pares. Na vida adulta, os apoios costumam envolver compras de itens para a casa, transporte, organização do lar e dos cuidados com os filhos, preparo de alimentos nutritivos, atividades bancárias e controle do dinheiro. As habilidades recreativas assemelham-se às dos companheiros de faixa etária, embora o juízo relativo ao bem-estar e à organização da recreação precise de apoio. Na vida adulta, pode conseguir emprego em funções que não enfatizem habilidades conceituais. Os indivíduos em geral necessitam de apoio para tomar decisões de cuidados de saúde e decisões legais, bem como para aprender a desempenhar uma profissão de forma competente. Apoio costuma ser necessário para criar uma família. Transtornos do Neurodesenvolvimento.

Níveis de gravidade para deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual)Nível de gravidade Domínio conceitual, Domínio social, Domínio prático Moderada Durante todo o desenvolvimento, as habilidades conceituais individuais ficam bastante atrás das dos companheiros. Nos pré-escolares, a linguagem e as habilidades pré-acadêmicas desenvolvem-se lentamente. Nas crianças em idade escolar, ocorre lento progresso na leitura, na escrita, na matemática e na compreensão do tempo e do dinheiro ao longo dos anos escolares, com limitações marcadas na comparação com os colegas. Nos adultos, o desenvolvimento de habilidades acadêmicas costuma mostrar-sé em um nível elementar, havendo necessidade de apoio para todo emprego de habilidades acadêmicas no trabalho e na vida pessoal. Assistência contínua diária é necessária para a realização de tarefas conceituais cotidianas, sendo que outras pessoas podem assumir integralmente essas responsabilidades pelo indivíduo. O indivíduo mostra diferenças marcadas em relação aos pares no comportamento social e na comunicação durante o desenvolvimento. A linguagem falada costuma ser um recurso primário para a comunicação social, embora com muito menos complexidade que a dos companheiros. A capacidade de relacionamento é evidente nos laços com família e amigos, e o indivíduo pode manter amizades bem-sucedidas na vida e, por vezes, relacionamentos românticos na vida adulta. Pode, entretanto, não perceber ou interpretar com exatidão as pistas sociais. O julgamento social e a capacidade de tomar decisões são limitados, com cuidadores tendo que auxiliar a pessoa nas decisões. Amizades com companheiros com desenvolvimento normal costumam ficar afetadas pelas limitações de comunicação e sociais. Há necessidade de apoio social e de comunicação significativo para o sucesso nos locais de trabalho. O indivíduo é capaz de dar conta das necessidades pessoais envolvendo alimentar-se, vestir-se, eliminações e higiene como adulto, ainda que haja necessidade de período prolongado de ensino e de tempo para que se tome independente nessas áreas, talvez com necessidade de lembretes. Da mesma forma, participação em todas as tarefas domésticas pode ser alcançada na vida adulta, ainda que seja necessário longo período de aprendizagem, que um apoio continuado tenha que ocorrer para um desempenho adulta Emprego independente em tarefas que necessitem de habilidades conceituais e comunicacionais limitadas pode ser conseguido, embora com necessidade de apoio considerável de colegas, supervisores e outras pessoas para o manejo das expectativas sociais, complexidades de trabalho e responsabilidades auxiliares, como horário, transportes, benefícios de saúde e controle do dinheiro. Uma variedade de habilidades recreacio- nais pode ser desenvolvida. Estas costumam demandar apoio e oportunidades de aprendizagem por um longo período de tempo. Comportamento mal-adaptativo está presente em uma minoria significativa, causando problemas sociais.

Níveis de gravidade para deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) Nível de gravidade Domínio conceitual, Domínio social , Domínio prático Grave Alcance limitado de habilidades conceituais. Geralmente, o indivíduo tem pouca compreensão da linguagem escrita ou de conceitos que envolvam números, quantidade, tempo e dinheiro. Os cuidadores proporcionam grande apoio para a solução de problemas ao longo da vida. A linguagem falada é bastante limitada em termos de vocabulário e gramática. A fala pode ser composta de palavras ou expressões isoladas, com possível suplementação por meios alternativos. A fala e a comunicação têm foco no aqui e agora dos eventos diários. A linguagem é usada para comunicação social mais do que para . explicações. Os indivíduos entendem discursos e comunicação gestual simples. As relações com familiares e pessoas conhecidas constituem fonte de prazer e ajuda. O indivíduo necessita de apoio para todas as atividades cotidianas, inclusive refeições, vestir-se, banhar-se e eliminação. Precisa de supervisão em todos os momentos. Não é capaz de tomar decisões responsáveis quanto a seu bem-estar e dos demais. Na vida adulta, há necessidade de apoio e assistência contínuos nas tarefas domésticas, recreativas e profissionais. A aquisição de habilidades em todos os domínios envolve ensino prolongado e apoio contínuo. Comportamento mal adaptativo, inclusive autolesão, está presente em tuna minoria significativa. Profunda As habilidades conceituais costumam envolver mais o mundo físico do que os processos simbólicos. A pessoa pode usar objetos de maneira direcionada a metas para o autocuidado, o trabalho e a recreação. Algumas habilidades viso espaciais, como combinar e classificar, baseadas em características físicas, podem ser adquiridas. A ocorrência concomitante de prejuízos motores e sensoriais, porém, pode impedir o uso funcional dos objetos. O indivíduo apresenta compreensão muito limitada da comunicação simbólica na fala ou nos gestos. Pode entender algumas instruções ou gestos simples. Há ampla expressão dos próprios desejos e emoções pela comunicação não verbal e não simbólica. A pessoa aprecia os relacionamentos com membros bem conhecidos da família, cuidadores e outras pessoas conhecidas, além de iniciar interações sociais e reagir a elas por meio de pistas gestuais e emocionais. A ocorrência concomitante de prejuízos sensoriais e físicos pode impedir muitas atividades sociais. O indivíduo depende de outros para todos os aspectos do cuidado físico diário, saúde e segurança, ainda que possa conseguir participar também de algumas dessas atividades. Aqueles sem prejuízos físicos graves podem ajudar em algumas tarefas diárias de casa, como levar os pratos para a mesa. Ações simples com objetos podem constituir a base para a participação em algumas atividades profissionais com níveis elevados de apoio continuado. Atividades recreativas podem envolver, por exemplo, apreciar ouvir música, assistir a filmes, sair para passear ou participar de atividades aquáticas, tudo isso com apoio de outras pessoas. A ocorrência concomitante de prejuízos físicos e sensoriais é barreira frequente à participação (além da observação) em atividades domésticas, recreativas e profissionais. Comportamento mal adaptativo está presente em uma minoria significativa. 

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